Lembro-me de quando escrever era fácil. Com ou sem necessidade, as palavras juntavam-se com uma perfeição e, acima de tudo, com um sentido próprio. Hoje, já não acontece isso. A necessidade é muita, a criatividade e a naturalidade poucas. As dúvidas surgem, os arrependimentos lutam para desaparecer e, pela primeira vez na minha vida, as palavras não ajudam. Só complicam.
Lembro-me de quando sonhava que cada frase, cada parágrafo e cada palavra iriam surgir, um dia, num best-seller campeão de vendas entre todas as fases etárias. Hoje o sonho perdura, mas o acreditar dissipou-se.
Lembro-me, sobretudo, quando acordava com um sorriso. Era esse sorriso que me trazia uma não necessidade de escrever mas que proporcionava um desejo louco entre as palavras do dicionário se saírem para a folha de papel. Era o desejo, a felicidade.
Lembro-me de quando pensava que eram as folhas de papel que me traziam felicidade. Hoje, só peço o regresso da felicidade porque folhas de papel tenho muitas...em branco.
1 comentário:
as letras por mais que se tente não se vão embora, temos de esperar pelo momento certo e sem pressão e o momento irá aparecer com toda a espontaniedade de um amanhecer de primavera e a precipitação de uma gota que, presa numa folha, se solta quando um pássaro colorido levanta voo. acredita porque o acreditar hoje é a felicidade do amanha. um bem haja e continua porque tens tudo.
Enviar um comentário