domingo, 14 de março de 2010

Tardes da Júlia

Este ano começou com muitas mudanças na minha vida. Problemas em casa, problemas pessoais, problemas escolares. Isso tudo levou a um desânimo acrescido; sempre soube o que queria fazer para sentia-me impotente perante os problemas. Enfraqueci.
Mas a verdade é que um dia que aparentava normal e banal, acabou por trazer consigo toda a força que tinha perdido no final do verão do ano passado. Um dia em que bastou cruzar-me com uma velha amiga e ouvir um convite. Um convite que, no momento, fez-me pensar em recusá-lo. Em não avançar. Em não aceitar. Mas esse dia tinha na sua essência alguma coisa ainda desconhecida que me fez ponderar, pensar, aceitar.
Foi no dia 13 de Fevereiro que alguma engrenagem interior ganhou vida. Bastou um simples jantar e uma simples saída para a vida voltar a fazer sentido; eles estavam lá, tinham voltado...ou nunca tinham ido embora?

Este post vai ser um post puramente pessoal. Vou dedica-lo a algumas pessoas para quem estas palavras não serão nonsense.

Há dias em que nos sentimos uns idiotas. Cabe-nos a nós perceber quando são os dias em que ser idiota vale a pena. Acredito que há dois graus de idiotice: a que nos magoa, nos mói; e a que nos faz feliz, nos faz sorrir.
Hoje estou sob a essência do segundo caso de idiotice. Passou um mês desde o dia com "pózinhos mágicos" e sinto-me feliz como nunca me lembro de ter estado. Posso dizer com franqueza que tenho os melhores amigos do mundo. Noto que, por mais que exista distância, por mais que passem dias sem uma conversa, sem um abraço ou um beijinho, a amizade está lá. A qualquer hora, a qualquer pensamento.
Entristece-me por não conseguir pensar em ninguém da minha turma desta forma. Sei que não sou uma pessoa fácil, sou fria e tenho mau-feitio. Sendo ou não um mecanismo de defesa como a minha Professora de Francês diz, eu bloqueio muitas pessoas. Se não gosto de uma pessoa, pouco ou nada há a fazer.
Estou no 12ºano, estamos na altura dos Bailes e Viagens de Finalistas e contrariamente a muita gente, orgulho-me de dizer que não vou nem a um Baile nem a uma Viagem. Chamem-me o que quiserem, mas a teimosia é algo que faz parte de mim e não a deixo por nada deste mundo.
Senti os olhares de alguns colegas da minha turma quando, na aula de Francês, disse à minha Professora que, na minha turma actual, "tenho colegas, não amigos". Senti os olhares quando admiti que, para o ano, só me vejo a manter contacto com "uma ou duas pessoas no máximo". A verdade é que a amizade é algo muito difícil. É como o amor: ou existe ou não existe. Não se cria, só se fortalece.

Basta cinco dedos para contar os meus amigos. Os meus verdadeiros amigos. Só por serem verdadeiros, são os melhores. E não deixa de ser curioso porque todos eles, com as suas particularidades, são únicos e diferentes. Todos eles não estão comigo todos os dias, na escola, no dia-a-dia. Mas estão comigo sempre que se precisa. Sem rodeios, sem bloqueios, sem recuos ou rejeições. Cada um tem a sua "utilidade", mas todos eles se interligam pelo facto de serem as únicas pessoas que me fazem sorrir quando eu quero chorar, por eu ter a coragem perante eles de dizer tudo. São os únicos que me dão um sorriso de volta.
Obrigada Andreia, Inês, Pedro, Sara e Luís por isso.

Os próximos posts serão feitos sob cartas com histórias fictícias ou não. Estou com desejos de escrever algo nesse estilo ;)

1 comentário:

Marta Gil disse...

Com algumas diferenças, como é óbvio, poderia roubar-te algumas palavras. E sabes? Ser assim é bom. Acarretas apenas o melhor, porque realmente a vida não merece ser perdida com coisas inúteis. Logicamente acabamos por perder mais tempo com estas últimas, mas deixa-me pensar que não.
E oh pah estou na mesma situação que tu, e tive uns tempos em que de repente andava tudo bem. E hoje, por exemplo, vinha para casa quase a dançar no meio da rua, e agora estou que nem um traste a ouvir coisas depressivas. Se houver quem compreenda, agradecia que me explicassem.

Bom concerto hoje :) Uma das razões por que quero que passem estes meses muito depressa. Lisboa - concertos a dias de semana. Males do Algarve, há que deixar o facto bem delineado.