O amor é algo fraco. Por mais que me custe admiti-lo.
Existem amores programados para destruir e ultrapassar muitas barreiras mas existem algumas que quando aparecem são inderrubáveis.
Uma delas é o tempo. Frédéric Beigbeder diz que o amor dura três anos. Continuo a ler os argumentos da sua convicção mas, mesmo sem os ler, creio piamente que o amor tem um tempo limite.
O dar-se a conhecer totalmente à outra pessoa faz desencadear uma bomba-relógio irreversível (a menos que seja um agente treinado para bloquear uma bomba emocional). Desaparece a linha ténue entre o aceitável e o proibido. Perder-se a vergonha, o pudor e olha-se para a outra pessoa como a "outra metade" que merece ver e saber tudo sobre nós.
Perder a individualidade é outra barreira que ao tempo se torna inderrubável. Construímos um ser pessoal baseado numa metade e não num todo. E quando o relógio pára não conseguimos perceber onde deixámos as outras partes que antes faziam parte de nós...algumas delas estão, para sempre, perdidas.
Outra das barreiras inderrubáveis é a falta. Se ao longo da relação nos damos a conhecer (excessivamente) à outra pessoa, num tempo excessivamente longo onde perdemos partes individuais excessivamente grandes, a falta também é um problema. A falta de exigência à medida que o tempo avança, traz falta de paciência, falta de paixão levando, inevitavelmente, à falta de amor.
Este último, o mais temido de todos, no fim de contas deve ser o menos assustador. O amor, quando forte, intensamente forte, torna-se inatingível, não sendo grave não conseguir alcançá-lo. Grave é quando temos a percepção de que nos perdemos ao longo de um processo irreversível.
O amor é como as estrelas: amá-las dá-nos uma sensação de poder, mas conquistar flores acaba por ser mais benéfico do que entristecer pela falta de algo inatingível.
I can't afford to breathe in this town / nowhere to sit without a gun in my hand
I wanna breathe, I wanna grow / I'd say I want it but I don't know how / I work, I bleed, I beg, I pray
Sem comentários:
Enviar um comentário