segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um, dois, três, vou nascer outra vez


Querida A.,

Às vezes gostava de ser como tu. Ter a coragem de realizar as tantas ideias e os tantos planos que ficam sempre fechados na minha mente e no meu pensamento. Passar dos planos à acção. Ser aventureira, pensar afincadamente no presente mas olhando sempre para o futuro como algo que tem que ser recebido com alegria e não com medo ou ansiedade, como eu o recebo.
Gostava de ter a coragem de procurar a paz interior; ser uma espécie de Christopher McCandless no feminino (e com algum dinheiro no bolso).
Tu tens essa coragem: partes com o essencial na mochila e dentro de ti, à busca de algo que não tens a certeza se irás encontrar, mas sabes que irás procurar até a necessidade passar. Partes com um sorriso e com a tranquilidade de um 'até já' que dizes com convicção: eu vou voltar!
Gostava de conseguir levantar-me e começar a realizar todas as coisas que tenho para fazer; aquelas coisas que há uns meses atrás decidi iniciar porque sabia que, quando realizadas, me iriam fazer bem. Iriam-me fazer feliz.
Tu consegues fazer isso. Consegues deixar coisas de lado que te aborrecem e iniciar uma pintura, uma letra, uma composição, uma música, qualquer coisa que te torne feliz naquele momento e que te faça sorrir no amanhã.
Vou tentar ser como tu. Vou levantar-me para me sentar no chão e pensar que quando me levantar estarei a ser possuída pelo teu espírito enérgico e imparável.
Vou conseguir, pelo tu que está dentro de mim.

1 comentário:

Anónimo disse...

belíssimo :)