
Deixa-me olhar uma última vez para ti. Sei que será a última até ao cruel adeus que dizemos um ao outro, mais uma vez. Desta vez sinto que é o adeus definitivo, o adeus que irá iniciar um caminho do qual não poderemos voltar atrás.
No fundo tenho o que mereço...e também o que quis. Poucos são os caminhos na vida em que podemos fazer inversão de marcha, mas na maioria dos percursos podemos encostar e pedir ajuda e boleia de quem vem do outro lado da estrada. Para tal é preciso coragem para enfrentar o frio, o medo do desconhecido e a desilusão connosco próprios por nos termos enganado no caminho.
Há vidas fáceis e há vidas complicadas. Todas elas são como são devido às escolhas feitas pelos seus protagonistas. A diferença subtil entre um sim ou um não, um continua ou um pára ou um olá e um adeus, podem ser a diferença entre o fácil e o complicado. Entre o confortável e o difícil de suportar.
E o que nos levou a este ponto foram más escolhas e maus caminhos. Mas, mesmo assim, consegui, no fim de contas, sair do carro, enfrentar o frio, o medo do desconhecido e a desilusão comigo própria e, sobretudo, contigo, quando te enfrentei e disse-te que ia chegar atrasada para o nosso encontro porque me tinha enganado no caminho.
Agora a pé, sigo o caminho que eu própria delineei. Sozinha e bem acompanhada, sigo em frente para continuar a alcançar o que mais quero. O que tenho, neste momento, foi conseguido a frio, com dor e sofrimento, mas com coragem...e como me orgulho disso! Olho para trás e nada vejo; olho para frente e vejo uma névoa que nada me permite identificar. Olho para as minhas mãos e vejo uma cidade de sonho e uma primeira meta que poucas pessoas conseguiriam ultrapassar.
Olho para as minhas mãos e vejo amor, sonho, satisfação...algo que, no teu tempo, nunca tive. Com isto, enfrento a névoa e sorrio...porque sem ti, a vida corre-me bem.
At every occasion I'll be ready for a funeral, at every occasion once more is called a funeral
Olho para as minhas mãos e vejo amor, sonho, satisfação...algo que, no teu tempo, nunca tive. Com isto, enfrento a névoa e sorrio...porque sem ti, a vida corre-me bem.
4 comentários:
este blog é uma delícia! bonito texto, bonita banda sonora :)
beijinho
Joana
és a melhor pessoa a escrever que eu conheço. tenho orgulho no que és, e principalmente por ter o privilegio de ser teu amigo.
ps: o funeral já foi ha muito.
beijinho, daniel anacleto**
O Destino é sempre levado como uma tese que complementa probabilidades a um certo período de emancipação, é sempre capaz de ser desandado, por alguma razão , vê-mos o destino como algo incerto , e esta eventualidade é o que o torna gratificante e com vontade de conhecer o futuro emancipado .
Não é que tenhas o que mereças, porque parto do pressuposto que não transgrediste em nenhuma das restituições, apenas tiveste o pecasse de não “por gasolina” , impossibilitando-te assim a inversão de marcha , no entanto é contornável a ideia dos recursos sobreposta a ideia vanguardista que tens sobre a situação , neste caso a coragem depositada na hora do complemento de perigo , enfrentar o frio? O Desconhecido? Tudo associações que te atenuaram a fugir a distancia, ao imaginável , ao incógnito , e por vezes , ao sofrimento prévio? Nesse tipo de situação não seria mais fácil, pedires ajuda, e guiares-te com os conhecimentos que tens? Pegar no celular e pedires ajuda a alguém a que deposites total confiança, ao invés de um desconhecido, juntos seriam capazes de seguir o rasto que anteriormente deixaste em pegadas , é claro que tudo isto parece encriptado, mas apenas guiei a minha resposta no réu que escreveste , mas julgo que percebes onde quero chegar .
Embora de momento o teu pensamento se assemelhe a sucessões de reticencias, mantêm-te crente numa pensamento, nunca ninguém é capaz de seguir o caminho da perfeição, contrariando-te, nunca ninguém é capaz de conhecer a felicidade sem antes provar a infelicidade, precisamos dela para atingir novos desfechos e novas etapas, se são as que anseias e desejas , só a ti te cabe , cada um é capaz de traçar o cenário que imagina , apenas precisa de tomar as atitudes certas , e não ser tão vanguardista na hora das palavras , tens um conjunto de pessoas que luta pela tua felicidade , é premissa a ideologia de te imaginares sozinha , no entanto fico feliz pelo desfecho dessa historia , o amor parece-te ter fortificado e despertado desordens baluartes , no entanto , a falta dele tornou-te numa pessoa ainda mais apropriada a amar , e se na tua mão , estão patentes todas essas emoções , resta-te a ti própria , e através das decisões certas (leia-se , “o que é melhor para ti”) “soltar a coleira” dessas vibrações e emoções sentimentalistas .
Felicidades , e vai-te livrando de ‘excessos e excedentes’
Bom Texto , é gratificante e sempre uma incógnita o que vais escrever , embora abordes sempre emoções e sentimentos mal interpretados na tua escrita , nunca se torna saturante , é incrível , e um acto muito curioso , parabéns : )
vou seguir =)
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